"Muito se tem dito e escrito no país sobre o processo de avaliação dos professores, processo este que resulta da aplicação do Estatuto da Carreira Docente, aprovado em Janeiro de 2007, mas que é contestado pela esmagadora maioria dos professores.
Importa no entanto que se analise o que deu origem à publicação de referido estatuto e posteriormente à sua contestação.
Os dados de um Estudo sobre o ensino em Portugal, editados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), relativos ao ano de 2006, de um conjunto de 30 países e publicado no Diário de Notícias do dia 11/09/08, ajudam a perceber que era imperioso que se tomassem medidas.
Revela o referido Estudo que Portugal tinha o melhor rácio de alunos por professor, com 1 professor para 8 alunos, quando nos EUA tinha 1 para 16 alunos, na Alemanha 1 para 15 e em França 1 professor para 12 alunos.
No Ensino Básico, Portugal ocupava o segundo lugar com 1 professor para 11 alunos, no Ensino Pré-primário, estávamos no meio da tabela com 1 professor para 15 alunos e nas Universidades Públicas existia 1 professor para 13 alunos, situação que ultrapassava os países mais desenvolvidos.
No entanto, já no rácio de alunos por turma encontrávamo-nos no meio da tabela, o que revelava a existência de muitos professores no ensino público que não davam aulas e, de acordo com o citado Estudo, que os professores passavam pouco tempo do seu horário de trabalho a ensinar nas salas de aula.