Na sequência do Congresso da FAUL, gostaria de partilhar algumas reflexões, que, sobretudo, no contexto actual, me parecem pertinentes.
Estamos numa época de grandes alterações estruturais a nível europeu e mundial, com repercussões bem visíveis em Portugal. Vivemos momentos de grande significado histórico, julgo que todos o reconhecemos, e só comparáveis, entre nós, apesar de, estarmos num patamar de desenvolvimento social e cívico substancialmente diferentes, dizia eu, só comparáveis ao 25 de Abril.
A crise financeira global, obrigou e continua a obrigar os diferentes estados a tomar medidas que, à poucos dias, ainda, julgávamos inimagináveis. A ausência de regulamentação eficaz e a crença absoluta no mercado tiveram o seu zénite nos governos autistas e conservadores do Presidente Bush. As consequências dessas políticas são conhecidas e afectam-nos a todos.
Atrevo-me a dizer que uma Nova Ordem Mundial está a nascer. A eleição de Obama, que vivamente saúdo, é um sinal de que a política centrada nas pessoas e nos seus legítimos anseios, portanto humanista, voltou. Trata-se, por isso, de uma revolução, no nobre sentido do termo.
Entre nós o governo do Partido Socialista tem estado à altura dos desafios para os males há muito diagnosticados e para aqueles que a nova situação exige. Liderança forte, o que significa coesão, competência politica e técnica na abordagem aos diferentes dossiers. Características sempre necessárias, mas com maior destaque nos dias de hoje.
O camarada Joaquim Raposo habituou-nos, com a sua perseverança, competência, sabedoria e grande humanismo, a encarar o futuro com grande entusiasmo. Apresenta soluções e, por isso, continuará a ser, indiscutivelmente, um dos protagonistas do futuro.
A Moção de Estratégia Global que apresentou, no recente Congresso da FAUL, para a Área Metropolitana de Lisboa, pressupõe que a regionalização que há dez anos atrás o governo do camarada António Guterres, submeteu à apreciação dos portugueses, em referendo, e por eles rejeitada, volte de novo à ORDEM DO DIA. Diria mesmo, que no contexto actual, a regionalização é um imperativo nacional. Em momentos de incerteza o reforço da coesão é essencial, e para isso a regionalização do País dará um contributo absolutamente inestimável.
Todos sabemos que se trata de um processo de partilha, não só de competências, mas sobretudo de responsabilidades. Só um governo do Partido Socialista, solidário, estará em condições de partilhar, de forma frontal e aberta, as suas competências com os Municípios e, espero, futuramente, com as Regiões. Mais uma vez os socialistas são chamados a responder a este desafio, a liderar este processo. E desta vez, estou certo, com grande sucesso.
Os portugueses já perceberam que estes anos não trouxeram maior coesão nacional, as assimetrias entre o litoral e o interior acentuaram-se, bem como entre Municípios com proximidades geográfica entre si. Importa, pois, criar regiões com massa crítica nos diferentes domínios da actividade humana – tudo o que o PSD não fez – e dessa forma possam ser implementadas políticas que induzam melhor qualidade de vida para as populações - afinal o grande desiderato da regionalização.
Nos transportes, acessibilidades, emprego, educação, cultura, saúde, desporto, acção social, investigação e desenvolvimento, a par das infra-estruturas físicas, fazem da futura Região Metropolitana de Lisboa, todos sabemos, o motor do desenvolvimento sustentado e sustentável do País. Ao PS, porque tem protagonistas à altura desse desígnio, caber-lhe-à, certamente, e, se os portugueses assim o entenderem, corporizar essa grande responsabilidade.
Agostinho Marques
De
weber a 10 de Novembro de 2008 às 17:32
Caríssimo,
Mesmo emprestando-lhe um qualificativo "nobre" à palavra REVOLUÇÃO estamos, sempre, perante um conceito conservador.
Espantado?
Eu vou tentar explicar.
Em geometria, em fisica, em astronomia, em astro-fisica, um "revolução" é sempre um movimento, uma órbitra de 360': correcto?
Se assim é - partimos dum ponto e, após a "revolução" voltamos, exactamente, ao mesmo ponto! Em abono da verdade viajámos, mas para voltar ao ponto de partida.Não saltamos para novos patamares, retrocedemos para o mesmo ponto de partida.
Eu, hoje, prefiro à palavra "revolução": revolta, indignação, paradigma (novo paradigma - a empurrar o velho...) e outro equivalentes. Hoje, prefiro um "revoltado", um "indignado", mesmo até um "furioso" a um...revolucionário!
Eu percebi o que o meu caríssimo amigo e camarada tentou dizer, mas não vem mal a Deus, nem ao Diabo, menos ainda ao Mundo - afinarmos critérios e entendimentos.
Abraço grande,
Albergaria
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